segunda-feira, 11 de junho de 2012

Jovem cantagalense dedica versos à Amélia Tomás

Rabiscos dedicados a Amélia



Era ao mesmo tempo 
Libertadora e integralista
E suas palavras eram como navalhas
Que cortam pedaço a pedaço, indo de encontro ao coração 


E seus alunos possuíam uma raiva
Mas ao mesmo tempo uma atração enorme
Seus olhares eram como leis:
Nunca podiam ser violados


Quando de soslaio olhava as crianças
Elas abaixavam a cabeça 


Não sabendo se era em sinal de respeito ...
Ou então de medo


Defendia a nossa terra
Estudava Canudos como se estivesse na guerra
Sentia raiva, ódio, amor.
Era um turbilhão de emoções que nem ela sabia.


Era atraída pelos seus alunos
Os amava. Queria lhes ensinar o que melhor havia em si
Era instruída, estudiosa das terras dos cafezais
Seu nome se tornou histórico. 
Lembre-se: Amélia Thomaz.

      Quem diria que este fabuloso poema foi escrito por um garoto de apenas 17 anos? Pois bem, Matheus Lucas, do 3° ano do Ensino Médio, do Colégio Euclides da Cunha, se sentiu comovido com a história da ilustre professora, Amélia Tomás, após participar da Inauguração do Arquivo de Memória que leva o nome da cantagalense.

                        

      Segundo Matheus Lucas: "O Arquivo de Memória Amélia Tomás é muito importante para o município, uma vez que muitos jovens de Cantagalo não conhecem a história dos antepassados, como a de Amélia. Acham que a cidade é apagada culturalmente e não participava dos movimentos que ocorriam no Brasil. Para falar a verdade, eu mesmo achava que antigamente a cidade não tinha uma pessoa tão ilustre no cenário literário, além de Euclides da Cunha, e que, em relação à história, não tinha nenhum participante em movimentos, como este do qual Amélia participou, a AIB.”

     O estudante ainda nos conta uma interessante curiosidade: “Estive conversando por e-mail, esses dias, com Antônio Miranda – Membro da Academia de Letras do Distrito Federal, Professor e ex-coordenador do programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do Departamento de Ciência e Documentação da Universidade de Brasília - e ele me contava como conheceu Amélia Tomás, quando veio fazer uma viagem a Cantagalo a pedido do seu amigo Geraldo. Achei a história muito interessante! Imaginei a escritora como uma grande incentivadora dos jovens, pois, ao saber que o jovem Antônio, de apenas 15 anos, escrevia versos, lhe dedicou um livro de poesias chamado ‘Rosa de Jericó’.”

   Matheus, que almeja cursar a Faculdade de Direito, gosta de literatura nacional e, principalmente, livros sobre história, uma de suas paixões. Além disso, nos confessa que adora escrever. Desde poesia a contos, passando por pensamentos diversos e dissertações, o jovem cantagalense atrela sua vida às letras de forma formidável, tal como Euclides da Cunha. Esse ano, ele explica que se inteirou mais sobre o Movimento Euclidiano de Cantagalo, participando de palestras no Ponto de Cultura Os Serões de Seu Euclides e integrando um projeto de documentário ainda em construção, com os amigos Matheus Muniz e Igor Ferreira, sobre Euclides.

   O Projeto 100 Anos Sem Euclides parabeniza o jovem Matheus Lucas pela iniciativa criativa e faz votos de que seu documentário euclidiano futuramente seja lançado em um dos eventos promovidos pelo Projeto em Cantagalo.

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