Página vazia (Euclides da Cunha)
Quem volta da região assustadora
De onde eu venho, revendo inda na mente
Muitas cenas do drama comovente
Da Guerra despiedada e aterradora,
Certo não pode ter uma sonora
Estrofe, ou canto ou ditirambo ardente,
Que possa figurar dignamente
Em vosso Álbum gentil, minha Senhora.
E quando, com fidalga gentileza,
Cedeste-me esta página, a nobreza
Da vossa alma iludi-vos, não previstes
Que quem mais tarde nesta folha lesse
Perguntaria: “Que autor é esse
De uns versos tão mal feitos e tão tristes”?
Bahia – 14 de outubro de 1897
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