sábado, 26 de maio de 2012

Inauguração do Arquivo de Memória Amélia Tomás


         Projeto 100 anos Sem Euclides e o Ponto de Cultura Os Serões do Seu Euclides realizaram, na casa de Euclides da Cunha, situada em Cantagalo-RJ, no dia 25 de maio de 2012, a inauguração do Arquivo de Memória Amélia Tomás.

 
         

A proposta desse arquivo de memória é resgatar parte de uma história pessoal e profissional da professora e poeta Amélia Tomás. Trata-se de um espaço de leitura, arquivamento, memória e registro da educação e manifestação patrimonial em homenagem àquela que foi a primeira diretora da Casa de Euclides da Cunha.


Através deste resgate e fomento à cultura e à história cantagalenses, pretende-se, ainda, compor um acervo iconográfico relativo à vida e à obra de Amélia Tomás, contando com o apoio dos cidadãos cantagalenses. O objetivo é formar um banco virtual de registros das manifestações culturais populares para alcançar as futuras gerações e, principalmente, criar um sentimento de pertencimento à comunidade de Cantagalo.



          No evento foi apresentada a equipe de trabalho do projeto, formada por professores e universitários da UFRJ, UERJ e do CEDERJ – Polo Cantagalo-RJ. Após a apresentação da equipe, houve uma pequena entrevista seguida de debates com o historiador, professor e um dos principais contribuintes do Arquivo de Memória, Gilberto Cunha, atual curador do espólio de Amélia Tomás.




A entrevista foi marcada por falas do professor em relação à postura pessoal e profissional da sua – também – professora Amélia Tomás. Gilberto destacou a importância da vida e da trajetória dessa mulher, poeta, professora, integralista e figura fundamental na história da educação da cidade de Cantagalo.


“Amélia Tomás me alfabetizou de forma rígida, disciplinadora e eficaz. E, junto comigo, mais de trinta crianças cantagalenses, todos os anos, por mais de quarenta anos seguidos. Abdicou de sua vida pessoal para dedicar-se à educação, à cultura e à literatura em sua terra.”, declarou Gilberto Cunha.

                                           


“Eu fiquei tão impressionado, curioso e encantado com a vida dessa minha professora e mulher à frente de seu tempo, que passei a ter uma relação de afeto quase maternal com ela. Mesmo depois de sua morte, ela se faz presente em todas as áreas da minha vida.”, continuou Gilberto.


Os valiosos e marcantes depoimentos do Gilberto Cunha suscitaram a participação ativa e acalorada dos presentes, sob a forma de perguntas, debates e até revelações pessoais de convidados que conviveram de perto com a homenageada, Amélia Tomás.


Após esse momento prazeroso e importante da entrevista, foi oficialmente realizada a inauguração do Arquivo de Memória Amélia Tomás, através do próprio Gilberto Cunha e da diretora da Casa de Euclides da Cunha, Fani Abrahim. Os dois, num ato simbólico, descerraram a placa com o nome do projeto e do arquivo de memória, no auditório da Casa.


A inauguração contou, ainda, com a apresentação de um jogral para três vozes sobre alguns tocantes poemas de Amélia Tomás, interpretados pela Professora e coordenadora do Projeto 100 anos Sem Euclides, Anabelle Loivos, e as estudantes de Letras da UFRJ, Juliana Gelmini e Kátia Nascimento, musicados peloviolonista Jamil Pereira. A inauguração se encerrou com o coquetel de congraçamento entre os presentes.







2 comentários:

  1. Será que o Gilberto se esqueceu de quando fui à casa de Amélia Tomás, em 1991,sendo recebido por ela... e lá estava o Gilberto. Troquei com ela alguns exemplares de O NOVO CANTAGALO, visto que tínhamos alguns que a ela faltavam, e vice-versa. Na ocasião, dei a Amélia Tomás um exemplar do então recentemente lançado O TESOURO DE CANTAGALO, com a saga do Mão de Luva... Gilberto certamente sabia que Amélia Tomás foi redatora-literária do jornal, enquando eu era o redator-chefe e papai, o Diretor. Sempre fui aluno de Amélia Tomás, e escrevi em tipos de metal, todos os seus artigos! Memória! Que não falhe a MEMÓRIA! Sebastião Carvalho

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  2. Um aspecto importantíssimo da vida de Amélia Tomás parece que está sendo esquecido: o de jornalista! Sim! Ela passou a escrever em nosso jornal, O NOVO CANTAGALO na década de 1950, publicando a Coluna Literária. Meu pai, o jornalista Antonio Ferreira de Carvalho, conferiu-lhe o cargo de redatora literária, e a mim, o de redator-chefe. Ele também indicou Amélia Tomás para a Associação Brasileira de Imprensa, ABI, da qual eu já era sócio militante. Dona Amélia foi admitida como sócia colaboradora. Eu me deliciava com seus artigos, que compunha, como tipógrafo, em tipos de metal! Dona Amélia foi professora, amiga e colaboradora sempre! A divulgação de seu trabalho literário pelo O NOVO CANTAGALO ajudou a conferir-lhe maior projeção e prestígio. Afinal o jornal era enviado para autoridades, instituições e pessoas de destaque em todo o Estado e fora dele! Sebastião Antonio Bastos de Carvalho.

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