Nossa primeira participação ocorreu com uma seção audiovisual, apresentada por Juliana Gelmini (graduada em Letras pela UFRJ e bolsista do Arquivo de Memória Amélia Tomás), Kátia Nascimento (graduanda em Letras na UFRJ e bolsista do Projeto Identidade e Memória Fluminense) e Rick Azevedo (gestor do Ponto de Cultura “Os Serões do Seu Euclides”). A proposta do trabalho era a de mostrar um pouco da vida e da obra de Amélia Tomás, primeira diretora da Casa de Euclides da Cunha, em Cantagalo. Além disso, foram apresentados arte-poemas baseados nos escritos por Amélia, uma intervenção que põe em destaque a força criativa deste grupo. O objetivo central desta seção foi chamar atenção para o recém-implantado “Arquivo de Memória Amélia Tomás”, espaço de educação patrimonial, cultura, história e memória da cidadania cantagalense.
Luiz Fernando Sangenis (Prof. Dr. da Faculdade de Educação/FFP) e Marcela Loivos (mestre em educação pela FFP) trouxeram uma comunicação que investiga a triangulação entre Estado, Escola e Comunidade, através do Curso Normal Rural de Cantagalo, implantado em 1952, para formar professoras que atuassem naquela região e que valorizassem o meio rural.
Ainda contamos com a participação de uma parceira do Projeto 100 Anos Sem Euclides, a diretora do Centro Cultural Maria Sabina, Neide Barros Rêgo, que, em conjunto com Sandrine Huback (graduada em letras pela UFRJ e bolsista do Arquivo de Memória Amélia Tomás), apresentou uma reavaliação do Fluminensismo nas letras, através das duas escritoras: Amélia Tomás e Maria Sabina.
Rick Azevedo apresentou outra comunicação, intitulada “Cartas Fluminenses: Euclides da Cunha missivista”, com a intenção de expor a opinião de Euclides, através de suas cartas, sobre diversos acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro, tais como: a Revolta da Armada, a efervescência da Rua do Ouvidor e sua posse como membro no IHGB. A pesquisa mostra um Euclides preocupado com o que o próprio autor fluminense chama de “espírito brasileiro”, entre o final do século XIX e o início do século XX.
Lais Peres (graduanda em Letras pela UFRJ e bolsista de extensão do Projeto 100 Anos Sem Euclides) apresentou a pesquisa que desenvolveu em conjunto com Anélia Pietrani (Prof.ª Dr.ª da Faculdade de Letras / UFRJ). O trabalho utiliza como corpus o acervo poético de Euclides da Cunha, que irremediavelmente é ofuscado por seu grande sucesso em Os Sertões. Através da análise de seus poemas, buscou-se identificar como o sujeito poético euclidiano é avesso aos ideais urbanos da belle époque e ligado a tradições e imagens do interior do Brasil, criando muitas vezes na natureza o local ideal de morada da sua poesia.
Intitulada “Euclides da Cunha: um quixote fluminense à margem da Rua do Ouvidor”, a pesquisa apresentada pela Prof.ª Dr.ª Anabelle Loivos da Faculdade de Educação da UFRJ e por seu orientando Pedro Henrique Pimentel (bolsista de extensão do Projeto 100 Anos Sem Euclides e graduando em Letras pela UFRJ) deixou gostinho de quero mais, pelo pouco tempo disponível na seção para um tema tão interessante. O objetivo dos dois é trazer uma proposta de literatura comparada em que pesem as aproximações e os afastamentos entre Euclides e todos os intelectuais cariocas e fluminenses que contribuíram para cultura (pré-)modernista, em finais do século XIX e início do século XX. Coteja, ainda, a concepção de direitos humanos que ressalta das obras euclidianas e a de alguns de seus contemporâneos, a fim de encetar uma análise crítica sobre a perenidade de seus relatos.
A II Jornada de Estudos Fluminenses foi coordenada pela Prof.ª Dr.ª Andréa Telo da Corte, diretora do Centro de Estudos de História Fluminense do Museu de História e Arte do Rio de Janeiro (MHAERJ), mais conhecido como “Museu do Ingá”.
É importante destacar a importância de eventos como esse, bem como a participação do Projeto 100 Anos Sem Euclides, com o objetivo de integrar ações que nos fazem debruçar sobre os livros e interagir com a comunidade ao nosso redor. Pois é através de projetos de extensão e de eventos acadêmicos deste porte que as Universidades buscam trazer reflexão e ação interventora para a população, sempre priorizando auxiliar, de alguma forma, na educação e na formação de jovens brasileiros.
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