a primeira edição do Flup. Com a chamada "Sem amarras de interesses econômicos,
o festival deu vez e voz aos poetas fluminenses", o artigo reflete sobre a repercussão do
Flup e como ele veio para marcar seu lugar de vez na agenda cultural literária do
Estado do Rio de Janeiro.
A Flip e o Flup
Enquanto Paraty se prepara para mais uma edição da internacionalíssima Flip, Barra de São João — distrito e terra de Casimiro de Abreu, maior ícone da cultura fluminense — assistiu no último fim de semana à estreia do Flup. O Festival Fluminense de Poesia, que aconteceu pela primeira vez na Costa do Sol, surge para oferecer ao calendário literário do estado um conceito diametralmente oposto ao da festa que leva nomes famosos e muita badalação à Costa Verde.
Lugarejo histórico, margeado em sua foz pelo maior rio exclusivamente fluminense, Barra de São João também possui um casario colonial, o que contribui para ornamentar a atmosfera romântica que inspirou Casimiro. Porém, a cidadezinha conserva a simplicidade e pureza imprescindíveis ao Flup, uma maratona poética de 24 horas aberta, participativa e democrática.
Apoiado pela Academia Fluminense de Letras, pelo Cenáculo Fluminense de História e Letras, pela Secretaria Estadual de Cultura, pela Prefeitura de Casimiro de Abreu e pela Libre, a liga que congrega as editoras independentes e defende a bibliodiversidade, o Flup reuniu centenas de poetas entre a manhã de sexta-feira e a madrugada de sábado. Foram palestras, painéis, oficinas de leitura, concurso de poesia e sarau poético. A poesia transbordou livre, sem restrições. Tudo ‘free’.
Sem amarras de interesses econômicos, o festival deu vez e voz aos poetas fluminenses, desde grupos organizados até mochileiros que puderam pernoitar em albergues oferecidos pela prefeitura. O resultado foram ondas seguidas de versos revelados ou revisitados. De Alberto de Oliveira, Euclydes da Cunha e Fagundes Varela ao jovem Yago Luiz — um menino de 13 anos cujo poema se classificou entre os dez primeiros no concurso do Flup —, a tradição poética e a própria identidade fluminense fluíram sem restrições.
Naquele lugar bucólico e pacato, Leon Tolstoi, o sábio escritor russo, parece ter sido bem compreendido pelos poetas fluminenses em um de seus conselhos: “Quem quer ser universal que cante sua aldeia”.
Luiz Augusto Erthal é jornalista e idealizador do Flup
Fonte:
http://odia.terra.com.br/portal/opiniao/html/2011/5/luiz_augusto_erthal_a_flip_e_o_flup_161848.html
http://youpode.com.br/blog/todapalavra/
http://blog.nitpress.com.br/
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