terça-feira, 30 de junho de 2009

Euclidianas

Esse poema é uma variante do já conhecido poema “Mundos extintos”, foi publicado no jornal “Democracia”, do Rio de Janeiro, em 07/06/1890, com o título “Soneto antigo”. ele inaugura uma série de outros que serão postados aqui sempre com o título euclideanas. Foi retirado do site da Casa de Cultura Euclides da Cunha, em São José do Rio Pardo. O seu "descobridor" foi Felipe Rissato, de Belém do Pará, um pesquisador da obra de Euclides.

Soneto Antigo
Morrem os mundos... silenciosa, escura,
Eterna noite os cinge e, mudas, frias
– Nas fulgurantes solidões da altura –
Se erguem assim necrópoles sombrias.
No entanto, a nós parece que perdura
Neles a Vida – envolta das magias
Esplêndidas da luz que, alto, fulgura
Lhes animando as órbitas vazias...
Meus ideais – extinta claridade!
Mortos rompeis, fantásticos e insanos,
Da minh’alma a revolta imensidade,
E sois ainda todos os enganos
E toda a luz e toda a mocidade
– Desta velhice trágica aos vinte anos.


S. Paulo – 1889.
Euclides Cunha

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