quinta-feira, 7 de maio de 2009

O fim de Euclides

O triste fim de Euclides da Cunha

Em seu centenário de morte, o autor de Os Sertões é esquecido pela mídia e pelo meio editorial 

Depois da triste revelação da ausência de Euclides da Cunha nos concursos vestibulares, o blog "Toda Palavra" faz mais uma dura constatação: o desprezo com que o meio editorial brasileiro tem tratado o autor da maior obra da literatura brasileira no seu centenário de morte. Ao contrário do que ocorreu com Machado de Assis, cujas obras abarrotaram as livrarias com inúmeros lançamentos no ano passado, quando também foram registrados os 100 anos de seu desaparecimento, são escassas as edições dos livros de Euclides disponíveis no mercado e raríssimos os novos lançamentos programados para este ano. Será que as editoras foram contaminadas pelo virus "politicamente correto" que baniu Euclides da Cunha dos vestibulares, sob o argumento simplório de que algumas das teorias científicas defendidas por ele em Os sertões estariam ultrapassadas, sem levar em consideração a gigantesca contribuição da obra do escritor fluminense, considerado, entre outras tantas qualidades particularíssimas, o precursor da sociologia, da ecologia e do modernismo no Brasil?

Leia em www.youpode.com.br/blog/todapalavra

Um comentário:

  1. Não é inteiramente verdade que não se estuda Euclides nas escolas. Por um lado, quando se estuda a Campanha de Canudos, os professores de História inevitavelmente falam em Os Sertões, obra-prima de Euclides. Nas aulas de Literatura, o "peso" de Os Sertões, peso material e cultural, costuma assustar os estudantes. Mas um ou outro aluno acaba cativado pelo estilo bárbaro, impetuoso e forte de Euclides. Os jovens também são "bárbaros" , impetuosos e fortes. Há uma identificação com o escritor. 

    Por outro lado, o estilo "barroco" , arcaico, eivado de termos técnicos e científicos não permite uma aproximação do público juvenil. Isso, contudo, refere-se principalmente a Os Sertões, livro abrangente e destinado à imortalidade. São praticamente desconhecidos seus trabalhos de divulgação e poesias, geralmente mais acessíveis e tão belos quanto Os Sertões. "Judas Asverus" é o melhor exemplo disso.

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