terça-feira, 28 de agosto de 2012

Debates no Ponto


                                  

Ponto de Cultura Os Serões do Seu Euclides promove debates com os candidatos a prefeito e a vice-prefeito de Cantagalo

         O Ponto de Cultura Os Serões do Seu Euclides e o Projeto 100 Anos Sem Euclides estão promovendo uma série de debates com os candidatos a prefeito do município de Cantagalo, acerca dos seus respectivos planos de governo para os setores da cultura, das artes e da educação. Trata-se dos “Debates no Ponto”, uma forma democrática de ouvir os candidatos a prefeito e vice-prefeito de nossa cidade e discutir com eles suas propostas, além de expor as reais demandas da sociedade civil organizada, que representamos.

         A comunidade cantagalense mostrou seu protagonismo nas frentes da cultura, da arte e da educação, marcando presença ao primeiro destes debates, que aconteceu na última sexta-feira, dia 24-08-2012, às 19h, na Casa de Euclides da Cunha. Recebemos, nesta ocasião, o candidato Saulo Gouvêa, do PT (Coligação Pra Frente Cantagalo). Foram quase duas horas de discussões bastante proveitosas, em que o candidato pôde expor seu plano de trabalho e os presentes puderam fazer perguntas e sugestões para a plataforma de governo.

         Estiveram presentes ao encontro representantes de diversas instituições ligadas à cultura e à educação no município de Cantagalo: Casa de Euclides da Cunha; ASSEXCA – Associação dos Experientes de Cantagalo; GEAC – Grupo Euclidiano de Atividades Culturais; Projeto 100 Anos Sem Euclides; Ponto de Cultura Os Serões do Seu Euclides; Juventude Euclidiana Cantagalense; Associação Brasileira de Trovadores (seccional Cantagalo); Secretaria Municipal de Cultura; Colégio Euclides da Cunha; Colégio Estadual Maria Zulmira Torres; Colégio Estadual Conde de Nova Friburgo; Academia Cantagalense de Letras, entre outras. Membros da comunidade com destacada atuação individual nas área da cultura e da educação (professores, arte-educadores, poetas, músicos etc.) também participaram do evento, contribuindo para o alto nível do debate.

         O candidato Saulo Gouvêa apresentou a todos seus projetos para as áreas da cultura e da educação, ressaltando a prioridade de finalização do Centro Cultural de Cantagalo, que leva o nome da professora e poeta Amélia Thomás, para iniciação das crianças e jovens às artes cênicas, plásticas, à literatura, a música e à dança. Falou, ainda, da abertura à negociação com o governo do Estado sobre a proposta de municipalização da Casa de Euclides da Cunha, principal aparelho cultural da região. Disse ter o propósito de investir em eventos que resgatem a memória de cidadãos cantagalenses que tiveram importância em sua área de atuação, como Euclides da Cunha, Amélia Thomás, Joaquim Naegele e outros. Citou também a criação de um projeto que recupere as raízes e o folclore típicos de Cantagalo, com seus grupos de folias de reis, mineiro pau e outras tradições populares, além de anunciar a criação de um grupo de trabalho para organizar o bicentenário da cidade, em 2013.

           As propostas foram recebidas com interesse pelo público presente, que fez variadas sugestões em complementação ao plano original de governo do candidato do PT à prefeitura de Cantagalo. Dos debates, saíram ideias para a necessidade de implementação de políticas públicas específicas para a área da cultura, consolidando projetos já em vigência e estabelecendo parcerias entre o poder público e as iniciativas da sociedade civil organizada. Em suma, a comunidade se pronunciou a favor de um amplo debate, pautado pela democracia de intervenções, sobre os rumos dos projetos culturais e artísticos na cidade de Cantagalo, a fim de que possa ser contemplada a multiplicidade de manifestações simbólicas e patrimoniais do município.

            No próximo “Debates no Ponto” receberemos os candidatos a prefeito e a vice-prefeito do PCdoB, Roger Noronha e Pastor Messias, para falarem de suas propostas sobre cultura, arte e educação e ouvirem da comunidade suas demandas sobre tais assuntos. Marque em sua agenda: dia 31-08-2012, sexta-feira, às 19h, na Casa de Euclides da Cunha. Participe! Seja cidadão!

                               

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Projeto 100 Anos Sem Euclides e a II Jornada de Estudos Fluminenses

          A II Jornada de Estudos Fluminenses, ocorrida entre os dias 26 e 29 de junho de 2012, recebeu uma verdadeira caravana de euclidianistas entusiasmados. Foram inúmeras comunicações, profundos debates e muita experiência para os jovens pesquisadores do Projeto 100 Anos Sem Euclides, que, auxiliados por seus coordenadores, apresentaram os frutos de suas recentes investigações.
            Nossa primeira participação ocorreu com uma seção audiovisual, apresentada por Juliana Gelmini (graduada em Letras pela UFRJ e bolsista do Arquivo de Memória Amélia Tomás), Kátia Nascimento (graduanda em Letras na UFRJ e bolsista do Projeto Identidade e Memória Fluminense) e Rick Azevedo (gestor do Ponto de Cultura “Os Serões do Seu Euclides”). A proposta do trabalho era a de mostrar um pouco da vida e da obra de Amélia Tomás, primeira diretora da Casa de Euclides da Cunha, em Cantagalo. Além disso, foram apresentados arte-poemas baseados nos escritos por Amélia, uma intervenção que põe em destaque a força criativa deste grupo. O objetivo central desta seção foi chamar atenção para o recém-implantado “Arquivo de Memória Amélia Tomás”, espaço de educação patrimonial, cultura, história e memória da cidadania cantagalense.
            Luiz Fernando Sangenis (Prof. Dr. da Faculdade de Educação/FFP) e Marcela Loivos (mestre em educação pela FFP) trouxeram uma comunicação que investiga a triangulação entre Estado, Escola e Comunidade, através do Curso Normal Rural de Cantagalo, implantado em 1952, para formar professoras que atuassem naquela região e que valorizassem o meio rural.
            Ainda contamos com a participação de uma parceira do Projeto 100 Anos Sem Euclides, a diretora do Centro Cultural Maria Sabina, Neide Barros Rêgo, que, em conjunto com Sandrine Huback (graduada em letras pela UFRJ e bolsista do Arquivo de Memória Amélia Tomás), apresentou uma reavaliação do Fluminensismo nas letras, através das duas escritoras: Amélia Tomás e Maria Sabina.
            Rick Azevedo apresentou outra comunicação, intitulada “Cartas Fluminenses: Euclides da Cunha missivista”, com a intenção de expor a opinião de Euclides, através de suas cartas, sobre diversos acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro, tais como: a Revolta da Armada, a efervescência da Rua do Ouvidor e sua posse como membro no IHGB. A pesquisa mostra um Euclides preocupado com o que o próprio autor fluminense chama de “espírito brasileiro”, entre o final do século XIX e o início do século XX.
            Lais Peres (graduanda em Letras pela UFRJ e bolsista de extensão do Projeto 100 Anos Sem Euclides) apresentou a pesquisa que desenvolveu em conjunto com Anélia Pietrani (Prof.ª Dr.ª da Faculdade de Letras / UFRJ). O trabalho utiliza como corpus o acervo poético de Euclides da Cunha, que irremediavelmente é ofuscado por seu grande sucesso em Os Sertões. Através da análise de seus poemas, buscou-se identificar como o sujeito poético euclidiano é avesso aos ideais urbanos da belle époque e ligado a tradições e imagens do interior do Brasil, criando muitas vezes na natureza o local ideal de morada da sua poesia.
            Intitulada “Euclides da Cunha: um quixote fluminense à margem da Rua do Ouvidor”, a pesquisa apresentada pela Prof.ª Dr.ª Anabelle Loivos da Faculdade de Educação da UFRJ e por seu orientando Pedro Henrique Pimentel (bolsista de extensão do Projeto 100 Anos Sem Euclides e graduando em Letras pela UFRJ) deixou gostinho de quero mais, pelo pouco tempo disponível na seção para um tema tão interessante. O objetivo dos dois é trazer uma proposta de literatura comparada em que pesem as aproximações e os afastamentos entre Euclides e todos os intelectuais cariocas e fluminenses que contribuíram para cultura (pré-)modernista, em finais do século XIX e início do século XX. Coteja, ainda, a concepção de direitos humanos que ressalta das obras euclidianas e a de alguns de seus contemporâneos, a fim de encetar uma análise crítica sobre a perenidade de seus relatos.
            A II Jornada de Estudos Fluminenses foi coordenada pela Prof.ª Dr.ª Andréa Telo da Corte, diretora do Centro de Estudos de História Fluminense do Museu de História e Arte do Rio de Janeiro (MHAERJ), mais conhecido como “Museu do Ingá”.
            É importante destacar a importância de eventos como esse, bem como a participação do Projeto 100 Anos Sem Euclides, com o objetivo de integrar ações que nos fazem debruçar sobre os livros e interagir com a comunidade ao nosso redor. Pois é através de projetos de extensão e de eventos acadêmicos deste porte que as Universidades buscam trazer reflexão e ação interventora para a população, sempre priorizando auxiliar, de alguma forma, na educação e na formação de jovens brasileiros.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

100 Anos Sem Euclides na 100ª Maratona Euclidiana


O evento mais aguardado dos euclidianistas de todo Brasil está prestes a começar. No dia 09 de agosto, será dada a largada para a 100ª Semana Euclidiana de São José do Rio Pardo, que este ano terá como tema: "Imortalidade, Sonho e Realidade – Euclides da Cunha: um homem, uma viagem, a busca além dos sertões".

Para nós, do Projeto 100 Anos Sem Euclides, esta é uma oportunidade maravilhosa não só de poder apresentar o trabalho que desenvolvemos ao longo do ano, mas, também, de rever amigos, trocar experiências, apreender novas informações e, claro, “tietar” Euclides da Cunha. 

Desta vez, nossa turma, que representa o estado do Rio de Janeiro, irá recheada de euclidianistas novatos, ansiosos para experimentar toda a mágica atmosfera de companheirismo e troca de ideias provocada por São José do Rio Pardo, durante a Semana Euclidiana. Com certeza, quem participa deste evento leva para sempre o espírito de perenidade clássica que envolve o escritor homenageado, todos os anos. Os que já participaram antes vão para São José como se essa fosse a primeira vez, já que há sempre mais o que aprender, há mais o que mostrar, há mais pessoas a conhecer. Professores, bolsistas e monitores, envolvidos com o Projeto, apresentarão ao todo oito trabalhos durante a Semana Euclidiana 2012.

Essa é a expectativa do Projeto 100 Anos Sem Euclides para a 100ª Semana Euclidiana. Um grupo que a cada ano confirma seu objetivo de acompanhar a linha reta em que Euclides se inspirou durante a vida. Nosso comprometimento é pesquisar, repassar conhecimento e ter responsabilidade social. Que venham mais 100 Anos de Movimento Euclidiano!